"No longo prazo, qualquer viagem dos sonhos é possível. Basta ter uma meta e ser fiel a ela". A afirmação cheia de otimismo é de Mauro Calil, autor do best-seller econômico "A Receita do Bolo". Segundo o educador financeiro, planejar as férias com antecedência é o ponto de partida para garantir dias tranquilos de descanso, sem estourar o orçamento dos meses seguintes.Para quem está começando a pensar no destino de verão ou já está de malas prontas para curtir os dias de folga longe de casa, o UOL colheu dez dicas de especialistas em finanças pessoais que podem evitar que seus dias ensolarados provoquem um inverno de dívidas na sua renda pelo resto do ano...
Medidas simples podem evitar o rombo no orçamento de viagem
1 - O poder da negociação em grupo
Para os especialistas em finanças pessoais, apostar em um pacote de viagem é sempre vantajoso. "Em grupo o poder de negociação é mais forte e as operadoras conseguem bons descontos em passagens aéreas e hospedagens", garante o economista Mauro Calil.
Antonio De Julio, diretor da empresa de educação financeira MoneyFit, faz coro aos benefícios dos pacotes turísticos. Mas recomenda aqueles que são "all inclusives" - que trazem embutido no valor final os gastos com alimentação. "Despesas com restaurantes costumam ser os vilões do estouro no orçamento das férias. Hoje existem pacotes que incluem até o serviço de bar dos hotéis".
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2 - Não caia na armadilha dos juros!
Investir em pacotes de viagem é uma decisão esperta, mas fuja dos parcelamentos. "Contrair juros em pagamentos a prazo é bobagem. Pagamento à vista é garantia de economia e dinheiro vivo aumenta a possibilidade de barganha", aconselha Calil.
Caso você ainda não tenha saldo bancário suficiente, vale economizar e comprar o pacote na data mais próxima da viagem. "As operadoras costumam pressionar o cliente alegando que se a compra não for feita na hora, acabarão as vagas na excursão. Sempre há novos grupos sendo organizados pelas empresas turísticas, o cliente pode ficar tranquilo", diz o especialista.
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3 - Bate-papo de turista na internet
Para quem não gosta de seguir as regras de uma viagem em grupo mas busca economia, a internet é uma importante aliada. Pesquisas em fóruns de discussão podem render boas dicas.
"Nos grupos virtuais há dicas de pechinchas em hotéis ou reclamações de quem pagou caro por um mau serviço", explica Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Visitas aos sites de compra também podem revelar surpresas agradáveis, segundo Gustavo Cerbasi, autor do livro "Como Organizar sua Vida Financeira". "Sexta-feira é um ótimo dia para comprar nesses sites. Desistências de última hora são comuns e, para não ficarem no prejuízo, as empresas disponibilizam passagens a preços baixíssimos".
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4 - Evite o pesadelo à beira-mar
O descanso na casa de praia com a família também requer cuidados especiais. "Pagar pela conveniência é uma armadilha para quem passa férias no litoral", afirma Cerbasi.
O economista cita como exemplo clássico o pesadelo da fila no supermercado. "Para não enfrentar a espera e o estresse, nos entregamos à tentação de comprar na mercearia perto de casa. O problema é que nesses estabelecimentos menores os preços costumam ser bem inflacionados", alerta.
Dica do especialista é levar no bagageiro do carro a maior parte possível dos mantimentos que forem ser consumidos nas férias. "Tudo é mais barato na cidade. Até as grandes redes no litoral costumam ter preço mais altos".
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5 - O preço da fidelidade
Para quem não dispensa as delícias de uma gastronomia típica, o caminho para conseguir descontos é aproveitar as vantagens da "fidelização". Nas cidades que vivem de turismo, bares e restaurantes disputam a preferência dos visitantes e oferecem alguns mimos.
"Se você gostou de um estabelecimento, não se acanhe em pedir um desconto para uma próxima visita", aconselha Cerbasi. "Muitos restaurantes oferecem uma sobremesa grátis ou cupons de desconto de até 10% na conta do turista que aparece pela segunda vez".
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6 - Ser pedestre ou motorista?
Outra pesquisa importante a ser feita no cálculo prévio do orçamento é verificar se vale à pena usar o meio de transporte público do destino escolhido, táxi ou alugar um carro.
"Em algumas cidades é preciso percorrer grandes trajetos para chegar aos pontos turísticos. E, muitas vezes, elas não contam com um sistema eficiente de ônibus e metrô e os táxis são caros", avalia Calil. "Nesses casos, fechar um pacote com uma empresa de locação de carros pode ser interessante".
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7 - Cuidado com o cartão de crédito!
Nas viagens internacionais ou cruzeiros marítimos - que cobram em dólar, ainda que estejam em território nacional - os gastos no cartão de crédito devem ser evitados. "Por mais que se calcule o preço final do produto fazendo a conversão da moeda, sempre há o risco de se assustar com a fatura no fim do mês", aponta o professor de finanças Samy Dana.
Além da cobrança do Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) - que hoje gira em 6,5% - o valor do dólar ou do euro cobrado pelas operadoras de cartões de crédito costuma ser o do câmbio da data de vencimento da fatura.
"O consumidor corre o sério risco de a moeda estar com a cotação bem mais alta do que a do dia das compras", alerta Dana.
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8 - Comprinhas perigosas
Os especialistas também alertam para as taxas alfandegárias de cada país. "Elas costumam ser altíssimas! Se está no plano do turista fazer compras, um estudo prévio sobre os impostos locais é indispensável", diz De Julio.
Outra boa dica é estabelecer um limite para gastos diários com as compras. "Sair com dinheiro vivo na mão ou com um cartão de débito internacional pode ser uma referência precisa para saber a hora de frear os gastos", completa o economista.
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9 - Verdinhas no bolso
Deixar para última hora a compra dos dólares ou dos dos euros a serem gastos na viagem não é decisão acertada, opina Mauro Calil. O ideal é adquirir um pouco por mês até a data da partida.
"Dessa forma é possível observar com calma as variações de câmbio da moeda e aproveitar as boas oportunidades".
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10 - Comece já a reorganizar sua vida financeira!
Para quem está planejando uma grande viagem e conta com prazo para juntar dinheiro, o economista Samy Dana recomenda que a renda mensal seja dividida em três partes iguais.
"A primeira destinada aos gastos básicos, como alimentação, transporte e contas da casa. A segunda com entretenimento, como idas a restaurantes, cinema e vestuário", explica. "A terceira parte chamo de gastos com acúmulo de patrimônio. Nisso estão inclusos a compra de um carro, imóvel ou uma grande viagem".
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