2 Timóteo 3:1-4
1 – Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão… atrevidos… – 2 Timóteo 3.1,2,4
“Quando a cabeça não pensa o corpo padece” diz um ditado
popular muito usado aqui no Brasil. E a realidade é esta mesma! Ouvimos
de inúmeras pessoas que erraram a seguinte frase: “fiz sem pensar…” Quem fala isso é porque percebeu que se precipitou em alguma atitude.
O texto de 2 Timóteo 3.4 nos fala que as pessoas se tornariam
atrevidas. Geralmente quando pensamos em alguém atrevido logo nos vem à
mente uma pessoa malcriada ou insolente. Mas a palavra também comporta o
sentido de “afoitar”, ou seja, faz referência a pessoas precipitadas,
imprudentes e afoitas. Para ser mais específico, no grego, o apóstolo
Paulo usou a palavra “propetēs”, que transmite a ideia de alguém que cai
logo adiante, como se perdesse o equilíbrio. Isso mostra o que acontece
com o precipitado, pois não reflete antes de agir, pelo contrário faz
tudo por impulso excessivo e no calor do momento.
Assim aconteceu com Amnom, filho de Davi. Ele se apaixonou por sua...
irmã Tamar. O sentimento era tão forte que o rapaz ficou doente, chegou a
emagrecer. Porém, ao invés de usar a razão, repelir aqueles desejos e
buscar a Deus, Amnom fez o contrário. Ouviu os maus conselhos de
Jonadabe e armou toda uma situação onde fingia estar doente para que sua
irmã lhe cuidasse. No momento oportuno abusou dela, mas em seguida teve
aversão. Seu pecado pareceu-lhe estrito àquele momento, todavia as
consequências dessa atitude impensada marcou tragicamente a família de
Davi. (2 Samuel 13.10-17).
Outro exemplo ainda pior é o infame voto de Jefté. Depois de haver
derrotado os amonitas, no calor da emoção, fez um voto a Deus. Afirmou
que após voltar da guerra, a primeira pessoa que saísse de sua casa e
encontrasse com ele seria oferecida em sacrifício a Deus em oferta
queimada. Acontece que a primeira pessoa a lhe cumprimentar pela vitória
foi sua única filha. (Juízes 11.34). Jefté pecou então duas vezes,
primeiro por se atrever a fazer um voto que infringia frontalmente a Lei
de Deus (Deuteronômio 12.31) e em segundo lugar por se atrever a
cumprir tal voto (Juízes 11.39).
Olhando para o nosso tempo, constatamos que vivemos dias marcados
pela impulsividade e precipitação. O consumismo tem feito muitas pessoas
comprarem sem pensar se poderão depois arcar com a dívida. Na vida
afetiva muitos tem se entregado a emoções, desejos e prazeres em
detrimento ao compromisso, futuro ou responsabilidade. O resultado é que
namorados se tornam pais pelo menos uma década antes do tempo que
estariam amadurecidos emocional e financeiramente para o casamento. Mas
nem o casamento em si se salva – casais com anos de vida juntos se
separam por pura impulsividade, trocando anos de casamento e toda a
estabilidade familiar por quinze minutos de prazer. Outros não colocam
freio em suas próprias palavras e passam da gentileza para a grosseria
sem um mínimo esforço – porque agem no impulso.
“Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado”, ensina
Provérbios 19.2. Uma das virtudes do Fruto do Espírito é exatamente o
domínio próprio, que é a capacidade de pensar antes de agir, buscando
sempre orientação de Deus. (Gálatas 5.23)
Em tempos onde é normal agir por impulso, pensemos nos nossos atos.
Tudo que fazemos tem consequências, boas ou más. Que o “perfume da nossa
vida” não seja estragado por cinco minutos de “bobeira.”, pois “assim
como algumas moscas mortas podem estragar um frasco inteiro de perfume,
assim também uma pequena tolice pode fazer a sabedoria perder todo o
valor.” – Eclesiastes 10.1 (NTHL)
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